PARA O TERCEIRO ANO DO NATÁLIO - TURMA 3101
CRIATURINHAS FOFAS, NÃO PRECISA RESPONDER NADA. FAREMOS ISSO EM AULA. BASTA IMPRIMIR E LEVAR.
TEXTO 01: ISMÁLIA
- Alphonsus Guimaraens
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
Exercícios
1.
Todo o poema acima é construído com base em antíteses,
as quais articulam-se em torno dos desejos contraditórios de Ismália.
a)
Destaque dois pares de antíteses do texto.
b)
O que deseja Ismália?
2.
O Simbolismo, por ser um movimento antilógico e
anti-racional, valoriza os aspectos interiores e pouco conhecidos da alma e da
mente humana. Retire do texto palavras ou expressões que comprovem essa
característica simbolista.
3.
Tal qual no Barroco e no Romantismo, o poema
estabelece relações entre corpo e alma ou matéria e espírito. Com base no
desfecho do poema:
a)
Céu e mar relacionam-se ao universo material ou
espiritual?
b)
Ismália conseguiu realizar o desejo simbolista de
transcendência espiritual? Justifique sua resposta.
TEXTO
02: PSICOLOGIA
DE UM VENCIDO – Augusto dos Anjos
Eu, filho do
carbono e do amoníaco,
Monstro
de escuridão e rutilância,
Sofro,
desde a epigênesis da infância,
A
influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente
hipocondríaco,
Este
ambiente me causa repugnância...
Sobe-me
à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que
se escapa da boca de um cardíaco.
Já
o verme – este operário das ruínas –
Que
o sangue podre das carnificinas
Come,
e à vida em geral declara guerra,
Anda
a espreitar meus olhos para roê-los,
E
há de deixar-me apenas os cabelos,
Na
frialdade inorgânica da terra!
a) Destaque do texto vocábulos empregados poeticamente por Augusto dos
anjos que tradicionalmente seriam considerados antipoéticos.
b) Indique de que área do conhecimento humano provêm esses vocábulos.
2. O poema pode ser
dividido em duas partes: a primeira, que
trata do próprio eu lírico, e a segunda, que trata da morte.
a) Como o eu lírico
encara a vida e a si mesmo, nas duas primeiras estrofes?
b) Com que enfoque a
morte é tratada, nas duas últimas estrofes?
3. O título é uma
espécie de síntese das idéias do poema. Justifique-o.
COBAIAS DE DEUS
(Angela Rô Rô / Cazuza)
Se você quer saber como eu me sinto
Vá a um laboratório ou um labirinto
Seja atropelado por esse trem da morte
Vá ver as cobaias de Deus
Andando na rua, pedindo perdão
Vá a uma igreja qualquer
Pois lá se desfazem em sermão
Me sinto uma cobaia, um rato enorme
Nas mãos de Deus mulher
De um Deus de saia
Cagando e andando
Vou ver o ET
Ouvir um cantor de blues
Em outra encarnação
Nós, as cobaias de Deus
Nós somos cobaias de Deus
Nós somos as cobaias de Deus
Me tire dessa jaula, irmão, não sou macaco
Desse hospital maquiavélico
Meu pai e minha mãe, eu estou com medo
Porque eles vão deixar a sorte me levar
Você vai me ajudar, traga a garrafa
Estou desmilinguido, cara de boi lavado
Traga uma corda, irmão (irmão, acorda!)
Nós, as cobaias, vivemos muito sós
Por isso, Deus tem pena e nos põe na cadeia
E nos faz cantar, dentro de uma cadeia
E nos põe numa clínica e nos faz voar
Nós, as cobaias de Deus...
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