A PROSA NA PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA BRASILEIRA
A prosa, nesse período, presenta menos inovações que a poesia.
Principais
autores: Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Alcântara Machado.
Principais características:
emprego de períodos curtos; utilização da fala coloquial e aproximação com a
linguagem da poesia.
O contexto histórico é o
mesmo já abordado na postagem sobre a PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO BRASILEIRO NA
POESIA.
AMAR,
VERBO INTRANSITIVO – Mário de Andrade
É um romance que se
aprofunda na estrutura familiar da burguesia paulistana. Segundo o próprio
autor, “é um livro gordo de freudismo. Carlos não passa de um burguês chatíssimo
do século passado.” O pai de Carlos, fazendeiro rico, no auge de suas
excentricidades, resolve contratar uma governanta alemã, Fraulein, com a
incubência de dar as primeiras lições de amor ao filho.
MACUNAÍMA,
“o herói sem nenhum caráter” - Mário de
Andrade
É uma obra voltada para o
folclore brasileiro, uma tentativa de traçar um panorama do Brasil e do homem
brasileiro. Acumula inúmeras lendas, provérbios, superstições, ditos populares,
etc., montando um enorme mosaico da cultura brasileira.
A narrativa é iniciada com o
nascimento de Macunaíma, na tribo dos Tapanhumas. Feio, pequeno, negro,
preguiçoso, Macunaíma nada tem em comum com os heróis das histórias
tradicionais. Sem caráter, mente para os irmãos, mata a mãe e parte pelo mundo
afora, abandonando sua tribo. Conhece Ci, a mãe do mato, com quem se casa. Ci
morre e Macunaíma recomeça sua viagem, levando consigo um amuleto que ela lhe
dera: o Muiraquitã. Perde o amuleto, que é encontrado pelo gigante Piaimã,
transformado no respeitável Venceslau Pietro Pietra, habitante de São Paulo.
Macunaíma vai a São Paulo tentar recuperar o amuleto, devendo para isso
derrotar o gigante – misto de canibal, colonizador e imigrante. Influenciado
pela metrópole, Macunaíma descaracteriza-se, perdendo a ligação com suas
raízes. Derrota Piaimã, recupera o amuleto, mas logo o perde novamente. Ao
retornar à selva, sua tribo não existe mais e Macunaíma, solitário, sobe aos
céus, transformando-se na Constelação da Ursa Maior
É impossível não perceber ou
negar uma dose significativa de racismo na obra, em especial na
preguiça/malandragem do “herói” e mais ainda no capítulo 5, que fala de
Macunaíma tomando um banho para tornar-se branco: “Quando o herói saiu do banho,
estava branco, louro e de olhos azuizinhos; água lavara o pretume dele...” Ou
seja, o tom da pele de Macunaíma era sujeira que precisou ser lavada. Muito
triste, seu Mário de Andrade!
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