MACHADO DE ASSIS – O NOME DO REALISMO BRASILEIRO

 Machado de Assis (1839-1908) é um dos maiores representantes da literatura brasileira.

O grande escritor foi o responsável por inaugurar o Realismo, que teve como marco inicial a obra "Memórias Póstumas de Brás Cubas", publicada em 1881.

Machado deixou um conjunto vasto de obras. Foi contista, cronista, jornalista, poeta e teatrólogo, além de fundador da Academia Brasileira de Letras.

Seu nome completo é Joaquim Maria Machado de Assis. Nasceu no morro do Livramento, Rio de Janeiro, no dia 21 de junho de 1839.

Filho de pais humildes: Francisco José de Assis, era pintor de paredes e sua mãe, a açoriana Maria Leopoldina Machado de Assis, era lavadeira. Machado ficou órfão de mãe muito cedo e, por isso foi criado por sua madrasta.

Em 1851 seu pai também morreu. Sem recursos para estudar, era autodidata, e com apenas 14 anos publicou o soneto "À Ilma. Sra. D.P.J.A.", no Periódico dos Pobres, de 3 de outubro de 1854. Em 1855 seu poema "Ela" é publicado na revista Marmota Fluminense.

Fascinado por livraria e tipografia, em 1856 tornou-se aprendiz de tipógrafo na tipografia Nacional. Dois anos depois, em 1858, já era revisor no Correio Mercantil e, em 1860, redator do Diário do Rio de Janeiro, cargo que aceitou a convite de Quintino Bocaiuva.

Machado escrevia para a revista O Espelho, a Semana Ilustrada e o Jornal das Famílias. O primeiro livro que publicou foi a tradução de “Queda que as mulheres têm para os tolos”. Em 1864, com 25 anos, publicou o seu primeiro livro de poesias, Crisálidas.

Foi censor teatral, em 1862;  e em 1867, foi promovido a ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial.

Em 1869, casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais, senhora portuguesa que lhe ajudou na revisão dos livros e com quem esteve casado durante 35 anos.

Em 1872, publicou Ressurreição, o seu primeiro romance. Em 1873, torna-se primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.

 

Continuou escrevendo em jornais e revistas. Seus escritos eram publicados em folhetins, em seguida tornando-se livros. Foi o que aconteceu com uma de suas obras-primas, Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado em livro 1881.

Entre 1881 e 1897, publicou crônicas na Gazeta de Notícias.

Com outros intelectuais, fundou, em 1896, a Academia Brasileira de Letras, tendo sido presidente no ano seguinte.

Carolina foi a mulher ideal para Machado de Assis. Esgotado pelo intenso trabalho de escritor e funcionário público, Machado sofria de epilepsia e a esposa ajudou-lhe não só nas revisões, como também cuidando dele.

Para aumentar seu sofrimento, em outubro de 1904, morre sua mulher, auxiliar e companheira. Em sua homenagem, Machado escreve o poema "A Carolina".

Em 1908, licenciado das funções públicas, mesmo debilitado, escreveu seu último romance “Memorial de Aires”.

No dia 29 de setembro de 1908, Machado de Assis faleceu na casa 18 da rua Cosme Velho, no Rio de Janeiro, vítima de câncer.

 

A OBRA DE MACHADO DE ASSIS

1a fase(romântica ou de amadurecimento): ainda preso a alguns princípios da escola romântica: Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena, Iaiá Garcia.

2a fase(realista ou de maturidade): definido dentro das ideias realistas (romances e contos): análise psicológica dos personagens, egoísmo, pessimismo, negativismo, linguagem correta (clássica), frases curtas, capítulos curtos, conversa com o leitor, crítica aos valores românticos: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, Memorial de Aires.

 

Machado de Assis escreveu cerca de 200 contos, estreando ainda no Romantismo, com Contos Fluminenses (1869), registrando-se, posteriormente, uma significativa mudança de perspectiva e de linguagem: O Alienista, Missa do Galo, A Cartomante, Noite de Almirante, Teoria do Medalhão, O Espelho, Cantiga de Esponsais, Sereníssima República, Verba Testamentária.

 

Memórias Póstumas de Brás Cubas: editado em livro em 1881, foi publicado em folhetim no ano anterior, na Revista Brasileira.

O romance apresenta a autobiografia de Brás Cubas, que, depois de morto, resolve escrever suas memórias. Dentre os fatos ligados à sua vida, destacam-se: seus amores juvenis por Marcela, suas aspirações à vida política, sua amizade com o filósofo Quincas Borba e seu caso amoroso com Virgília, mulher de Lobo Neves.

 

 

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